Em
Setúbal Informação

2025/01/28

Autarca de Setúbal presente nas celebrações do 78º aniversário do Clube de Campismo

Concelho

O presidente da Câmara Municipal, André Martins, salientou, no passado sábado, dia 25 de janeiro, nas comemorações do 78.º aniversário do Clube de Campismo de Setúbal, que este mandato a autarquia já apoiou com mais de 800 mil euros obras em sedes de cerca de 30 associações.

“No início deste mandato, em 2021, constatámos que várias coletividades tinham dificuldades com o estado de conservação das suas sedes, algumas históricas, centenárias, e por isso decidimos dar um apoio para a realização das obras. Neste momento temos mais de 30 associações que estão a beneficiar desse apoio, com investimentos superiores a 800 mil euros”, disse o presidente da Câmara.
Numa cerimónia realizada no Parque de Campismo da Gâmbia, o autarca sublinhou que este era “um apoio excecional”, diferente dos que são concedidos anualmente para a atividade do movimento associativo.
“Estamos cá sempre para ajudar e procurar que o nosso movimento associativo tenha as melhores condições para continuar a desenvolver as suas atividades, que são muito importantes para a nossa sociedade”, disse André Martins.
Adiantou que “a Câmara Municipal e o Poder Local apoiam o Clube de Campismo de Setúbal”, como apoiam, “de uma maneira geral”, todo o movimento associativo. “Dentro das nossas possibilidades, continuaremos a apoiar este clube, até porque ele tem demonstrado que vale a pena continuarmos a investir no bem-estar e na qualidade do espaço e das necessidades das suas atividades”.
André Martins frisou que o facto de o Clube de Campismo de Setúbal (CCS) celebrar o 78.º aniversário significa que “foi constituído em tempos difíceis”, quando “as pessoas tinham dificuldades em se juntar, tinham dificuldades em falar, porque era assim o regime” em Portugal antes do 25 de Abril.
“Foram esses homens e essas mulheres que, querendo fazer algumas transformações que eram fundamentais fazer, e que vieram a acontecer com o 25 de Abril que 1974, juntaram esforços e constituíram este clube, naturalmente com muitas dificuldades só pelo facto de não poderem reunir, ou terem dificuldade em reunir, não poderem falar em público”, acrescentou.
Por isso, saudou “esses homens e essas mulheres” que “fizeram tanto pela transformação” da sociedade, em Setúbal e no país. “Estamos ainda a comemorar os 50 anos do 25 de Abril e nesta oportunidade eu não podia deixar de me referir a este facto”.
O presidente da Câmara recordou que o CCS “dá bons exemplos” à sociedade, “sobretudo quando ela tem mais dificuldades” na defesa dos ideais do movimento associativo, como é o momento atual, pela sua relação com o homem e com a natureza e pela promoção que faz do associativismo, da amizade, da confraternização e da solidariedade.
“Desejo que os seus órgãos sociais continuem este trabalho, porque vale sempre a pena lutarmos por aquilo em que acreditamos e porque a amizade, a confraternização e o respeito pela natureza são ideais muito importantes”, concluiu.
O presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, Luís Custódio, considerou que o trabalho do CCS “tem sido meritório” e recordou que aquele espaço “só existe porque se deu o 25 de Abril”, uma vez que pertencia à Herdade de Gâmbia e foi expropriado com a finalidade de ser entregue ao clube para ali ser construído um parque de campismo, que este ano celebra 40 anos.
Salientou que o Estado tem de rever o estatuto do dirigente associativo, para que estes deixem de ser considerados “administradores”, o que pode deixar “em perigo os seus próprios bens”, e a necessidade de o movimento associativo atrair “sangue novo” para que os mais velhos possam dar os lugares de direção às novas gerações.
“Qualquer dia corremos o risco de não conseguir arranjar pessoas para os corpos sociais. Há muitas pessoas que pertencem a duas ou três associações”, disse Luís Custódio, que também é dirigente associativo.
A presidente da União das Freguesias de Setúbal, Fátima Silveirinha, notou que “o Poder Local Democrático, fruto do 25 de Abril, não era o mesmo sem o associativismo”, porque “as associações são parceiras fundamentais” no trabalho diário das autarquias, pela proximidade com as populações.
Mas recordou igualmente que, se não fossem as câmaras municipais e as juntas de freguesia, “a grande maioria das associações deixava de existir”, frisando a necessidade de “exigir ao Estado central apoio ao movimento associativo e apoio à cidadania e à participação dos cidadãos na vida ativa do país e das associações, que são o que demais puro há nessa participação”.
O presidente do CCS, Carlos Cabedal, lamentou que os contactos feitos pelo clube para se candidatar a fundos europeus tenham sido “infrutíferos”, porque “os financiamentos não contemplam” as suas necessidades.
“Começam em 250 mil e vão até aos milhões de milhões. Só as grandes empresas e os lóbis têm essa possibilidade de candidatura, todo o movimento associativo está fora. É um sistema completamente injusto. O movimento associativo sempre foi e continua a ser o parente pobre da sociedade”, disse.
Carlos Cabedal afirmou que o clube é financeiramente sustentável, mas não tem condições para realizar com recursos próprios “novas obras tão necessárias e imprescindíveis” ao seu desenvolvimento e ao bem-estar dos utentes.
A construção de novos alvéolos e novos balneários, a remodelação dos atuais e a repavimentação das ruas são algumas intervenções que esperam “concretizar num futuro próximo, com a ajuda da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia e de todos os associados, ainda com a esperança de uma eventual possibilidade de candidatura a fundos” europeus.
“Na verdade, tem sido o Poder Local, através da Câmara Municipal e juntas de freguesia, que tem ajudado o Clube de Campismo de Setúbal e todas as demais coletividades do nosso concelho. Sem esse apoio tornava-se ainda mais difícil para todos”, salientou, agradecendo a André Martins e Luís Custódio.
Carlos Cabedal alertou ainda que a crise da habitação tem aumentado a procura dos parques de campismo para residência permanente, muitas vezes por pessoas sem “qualquer tipo de noção e respeito pela ética campista”, que “procuram fazer do seu alvéolo a sua casa com o respetivo quintal”, e sublinhou que “essa não é a essência do campismo”, uma atividade destinada ao gozo dos tempos livres.


Fonte/Foto: CM Coimbra
 

Partilhar nas redes sociais

Últimas Notícias
LATI aumenta para mais do dobro a capacidade de acolhimento atual de utentes
17/04/2025
Remo do Clube Naval Setubalense com apoio para compra de três embarcações
17/04/2025
PJ apanha segundo autor de um crime de homicídio em Setúbal
16/04/2025
Setúbal festeja Dia da Liberdade com concertos em vários pontos da cidade
16/04/2025
ANTI-AMERICANOS OU ANTI-TRUMP?
15/04/2025
Obras de pavimentação nas Praias do Sado correm a bom ritmo
15/04/2025
Freguesia de Pontes comemorou os 51 anos do 25 de Abril com almoço-tertúlia
15/04/2025
“Se nós não ajudamos o jornalismo a passar por esta fase, [assistiremos à] morte da democracia junto com a morte do jornalismo”
14/04/2025