A Câmara Municipal apresentou, na PSP, uma queixa contra desconhecidos sobre os atos de vandalismo que têm ocorrido em infraestruturas no espaço público da cidade, em particular nos espaços verdes.
Os episódios, verificados, por exemplo, nos sistemas de rega, com prejuízos avultados em virtude da necessidade da substituição de materiais, impossibilitam o correto funcionamento dos equipamentos, fazendo com que as áreas destes espaços verdes fiquem por regar, secando.
“No último mês e meio, todos os dias detetámos espaços onde a rega não funciona ou porque foi desligada ou porque destroem as caixas. O que leva alguém a cometer um ato destes?”, questiona a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, responsável pelo pelouro do Ambiente.
Para a autarca, esta situação “não parece ser apenas uma brincadeira de mau gosto”, pois quem pratica estes atos “sabe exatamente o que fazer para impedir o funcionamento dos sistemas de rega e, consequentemente, destruir os espaços verdes”, razão pela qual foi apresentada a queixa na PSP.
“Não sabemos quem pratica estes atos, nem com que intuito e, por isso, recorremos às autoridades para que possam investigar. Não podemos permitir que o erário público seja delapidado desta forma.”
A Câmara reforçou, nas últimas semanas, a manutenção dos parques e jardins da cidade, com vigilância intensificada para atos de vandalismo, passando com maior frequência por estes espaços, tarefa para a qual conta “com o apoio de munícipes, no reporte de qualquer tipo de anomalia”.
De acordo com Carla Guerreiro, alguns dos espaços já foram recuperados, como é o caso do jardim junto do Interface de Transportes de Setúbal, na Tebaida, que “ficou com a vegetação seca após alguém ter mexido na caixa de rega”, mas “já se encontra completamente verde”.
A manutenção é um trabalho constante nos espaços com gestão direta do município, em que se incluem os parques do Bonfim, da Algodeia, de Vanicelos e Urbano de Albarquel, mas também os jardins da Beira-Mar e da Praia da Saúde e ainda zonas ajardinadas nas avenidas Luísa Todi, 22 de Dezembro e Antero de Quental.
Do corte de relva ao desbaste de sebes e arbustos, da poda de arvores à limpeza do espaço público, a gestão de um grande parque verde é uma rotina complexa e demorada, que exige dedicação e, mais recentemente, uma maior atenção e vigilância de infraestruturas, devido aos atos deliberados de vandalismo.
O sistema de rega é uma das muitas inovações que tem sido implementada nos últimos anos, com uma tecnologia automatizada e que pode ser controlada remotamente, o que facilita a gestão municipal dos mais de dez hectares de espaços verdes e otimiza a utilização dos recursos hídricos.
Já o corte de relva nestes espaços é feito de forma mecanizada, com recurso a equipamentos que possibilitam a utilização da técnica de mulching, processo que alia o corte à trituração de resíduos orgânicos, aplicados diretamente no solo, para adubagem, sem necessidade de remoção de inertes para tratamento.
A estas tarefas de manutenção de espaços verdes acresce a gestão das cerca de 30 mil árvores na malha urbana, com ações de poda, abate e novas plantações, a que se junta o controlo de pragas, em particular o escaravelho da palmeira e a processionária do pinheiro, únicos casos em que são usados produtos fitofarmacêuticos.
A Câmara Municipal, que também assegura a multiplicação de plantas em viveiros municipais, tem investido em maquinaria mais leve, menos ruidosas e com recurso a baterias, o que se traduz em mais conforto para os operadores e na redução de custos de manutenção de equipamentos.
Fonte/Foto: CM Setúbal