Bombeiros Voluntários de Setúbal celebram 142 anos ao serviço da população

O presidente da Câmara Municipal, André Martins, destacou no dia 19 de outubro, a dinâmica da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúba,l e desejou o maior sucesso à instituição, na sessão solene comemorativa do seu 142.º aniversário.

Na cerimónia realizada no quartel-sede da AHBVS – Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal, o autarca realçou “a dinâmica que estes órgãos sociais impuseram durante este mandato”, salientando que os Bombeiros Voluntários merecem o reconhecimento de todos “por aquilo que dão em prol da comunidade” de Setúbal e Azeitão.

“Desejo à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal o maior sucesso no futuro, para que todos nós nos possamos orgulhar de homens e mulheres que dedicam a sua vida ao serviço da comunidade”, disse André Martins, que entregou ao presidente da AHBVS uma imagem do cantautor José Afonso.

O autarca afirmou que, “ao longo do mandato”, a Câmara Municipal “serviu como pôde os Bombeiros Voluntários, no âmbito dos apoios que cabe ao Poder Local dar a um corpo de intervenção, de serviço e de servir as nossas populações”, manifestando “muito orgulho” por também ter sido apoiada a aquisição de “vários meios” por parte da associação.

“Estamos muito agradecidos por todo o trabalho que desenvolveram e também pelo espírito e pela concretização de um projeto de dinamização do corpo operacional, que, no fundo, é uma garantia de bem-estar dos que hoje estão ao serviço e de todos aqueles mais jovens que estão em formação e que virão a ser o futuro desta associação”, sublinhou.

O presidente da Câmara considerou que continua por fazer o reconhecimento dos bombeiros a nível nacional, afirmando que, “infelizmente”, estes continuam “a não ter a garantia dos meios” para que “tenham um incentivo maior para continuarem a fazer um trabalho que é único” em prol da comunidade.

“Todos temos a obrigação, até como cidadãos, de estar atentos e continuar sempre a apoiar e a justificar a reivindicação de melhores condições para as companhias e as associações de bombeiros voluntários em Portugal”, referiu, frisando que “não pode ser esquecido por quem tem responsabilidades, aos mais diversos níveis”, que estes representam “cerca de 80 por cento da intervenção ao socorro e proteção a nível nacional”.

O presidente da AHBVS, Sérgio Varela, notou que, em dia de aniversário, a associação acrescentou à sua “capacidade de resposta” um veículo ligeiro de combate a incêndios urbanos, um “meio essencial” para o tipo de áreas que protege diariamente, “nomeadamente em Azeitão”.

Recordou que, entre outras ações, nos últimos três anos foram totalmente remodeladas as camaratas do quartel-sede e do destacamento de Azeitão e renovada a frota automóvel, com a aquisição de duas ambulâncias de socorro e uma de transporte geral de doentes, uma viatura de comando, uma de transporte de pessoal, uma de apoio logístico e o veículo ligeiro de combate a incêndios urbanos, além de uma embarcação de sete metros para resposta ao socorro no Rio Sado,

Em final de mandato, Sérgio Varela notou ainda que foram adquiridos equipamentos de proteção individual urbanos para todo o corpo de bombeiros, o espaço de lazer e convívio foi completamente remodelado, houve um investimento na formação dos bombeiros em várias áreas e foi proporcionado um plano de saúde a todos os profissionais e voluntários.

“Foi o contributo de todos os que acreditam neste projeto e o reconhecimento por parte da população, entidades e Poder Local que servimos que permitiu alcançar este feito, mantendo, ao mesmo tempo, um elevado e rigoroso controlo financeiro, garantindo a estabilidade necessária ao bom funcionamento e operacionalização do seu principal propósito: o socorro por bombeiros voluntários”, disse.

O presidente da AHBVS lamentou, no entanto, que a carreira do bombeiro tarde a ser reconhecida e notou que “o apoio às associações detentoras dos corpos de bombeiros, a não ser muitas das vezes pelo Poder Local, praticamente não existe”.

O vice-presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Carlos Santos, considerou que este é “um momento crucial” para os bombeiros, cujas direções se veem “muito aflitas para no final do mês pagarem” os ordenados e o gasóleo, entre outras despesas.

“Todas as semanas vou ao Parlamento duas vezes, no mínimo, há semanas que vou três e quatro vezes, lutar por aquilo que todos nós ambicionamos: respeito pelos bombeiros portugueses, pela parte administrativa, pelo seu financiamento, que não existe”, afirmou, destacando ainda a luta pelo Estatuto Social do Bombeiro, pela carreira do bombeiro e pela carreira administrativa.

Segundo Carlos Santos, “não há nenhuma força política que diga que não vai lutar para que isto seja uma realidade”, mas as propostas são apresentadas e depois reprovadas, com o argumento de que há pontos que têm de ser esclarecidos.

Depois de considerar que os bombeiros, que trabalham “por altruísmo, abnegação, vida por vida”, são “os verdadeiros heróis de Portugal”, salientou que a Liga dos Bombeiros Portugueses pretende assegurar “a dignidade” dos bombeiros portugueses.

“As autarquias é que são o suporte dos bombeiros. Não são os governos, não é a ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil), não dão nada. Mal dos bombeiros se não fossem as câmaras e as juntas de freguesia”, afirmou, antes de condecorar com uma medalha o presidente da Câmara Municipal, por ter sido “muito amigo dos bombeiros de Setúbal”.

O programa da celebração do 142.º aniversário da AHBVS contou ainda com o concerto “Heróis em Cena”, que à noite levou diversos artistas ao palco do Fórum Municipal Luísa Todi.

Fonte/Foto: CM Setúbal