A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, sublinhou no dia 7 de abril, numa conferência das comemorações do 25 de Abril, que é preciso continuar a defender a Escola Pública, por ser uma das maiores conquistas da democratização da Educação.
“A escola pública representa igualdade de oportunidades, acesso universal ao conhecimento e promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou a autarca no encontro “Educação e as Portas que Abril Abriu”, realizado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal.
Carla Guerreiro sublinhou que nas últimas cinco décadas, depois do 25 de Abril de 1974, apesar dos “avanços significativos na Educação em Portugal, nomeadamente na ampliação escolar, na modernização dos currículos e na melhoria de infraestruturas, ainda há muito por fazer para garantir que todos podem beneficiar destas conquistas”.
Na conferência promovida pelo Instituto Politécnico de Setúbal, a vice-presidente da autarquia reiterou que “a democratização da Educação deve ser um processo contínuo, que exige empenho e que deve dar voz aos alunos, promovendo a sua participação ativa nas decisões que afetam o seu futuro”.
O apoio e a valorização da luta dos professores, educadores e assistentes de ação educativa que, “diariamente se dedicam a garantir um ensino de qualidade”, foi igualmente realçada pela autarca. “Precisamos de exigir melhores condições de trabalho e de ensino, o que é crucial para assegurar uma educação de excelência.”
Neste sentido, vincou, que a “igualdade de oportunidades e o sucesso educativo para todos só serão possíveis se houver um compromisso sério para com a melhoria das condições de ensino e de aprendizagem”, com o qual o município de Setúbal, Cidade Educadora desde 2012, está fortemente empenhado.
Este compromisso, reforçou, é materializado na Carta das Cidades Educadoras, na qual a esfera educativa se assume enquanto “responsabilidade compartilhada por toda a comunidade”.
Neste sentido, defendeu, “Setúbal é um exemplo de como a Educação poder ser um motor da transformação social”.
Carla Guerreiro, que apontou um conjunto de projetos dinamizados nas escolas de Setúbal, sublinhou ainda a importância de continuar a celebrar Abril, uma vez que é fundamental ter em consideração que “nem tudo o que foi conquistado está para sempre conquistado”.
A mesma ideia foi partilhada por Ana Maria Pessoa, docente aposentada da Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Setúbal, outra das oradoras da conferência.
“Todas as conquistas não são definitivas”, afirmou, ao passar em revista a evolução da Educação em Portugal antes e após o 25 de Abril.
Já Cristina Gomes da Silva, docente e antiga diretora da Escola Superior de Educação de Setúbal, evidenciou a importância da escola pública democrática. “É por onde passa a maioria das pessoas, pelo que é essencial defendê-la.”
A conferência “Educação e as Portas que Abril Abriu” constituiu um momento de reflexão sobre a Educação em democracia e o os impactes da mudança de regime na sua própria evolução e proporcionou uma retrospetiva sobre a promoção da liberdade individual e social, da inovação educativa e da consolidação de valores democráticos.
Na abertura da sessão, a presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Ângela Lemos, ao afirmar que a Educação “é uma força de mudança e um direito universal”, disse que a conferência serviu para relembrar “as conquistas de Abril, em que a Educação se constituiu uma ferramenta de emancipação”.
Já o diretor da Escola Superior de Educação, João Pires, ao apontar a importância da iniciativa para a reflexão académica, realçou a celebração tripla assegurada na conferência, “os 51 anos do 25 de Abril, os 45 anos do Instituto Politécnico de Setúbal e os 40 anos da Escola Superior de Educação.”
Fonte/Foto: CM Setúbal