O presidente dos SMS diz que, em janeiro, factura da água reduz em 20% para o consumidor, e aponta investimentos em meios e na rede
Um balanço “claramente positivo”. Assim classifica Carlos Rabaçal, presidente dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), o primeiro mês da gestão pública de abastecimento de água e das águas residuais no município.
A funcionar desde 18 de Dezembro de 2022 nas mãos da autarquia, depois de 25 anos na alçada da privada Águas do Sado, desde 1 de Janeiro que a factura “teve uma redução de 20% nos preços de consumo”, afirma o mesmo responsável. “Significa que devolveremos mais de 2 milhões de euros aos munícipes e ainda criámos uma tarifa social que beneficia automaticamente mais de 8 mil famílias, ou seja, 24 mil pessoas”, salienta.
Entretanto, durante esta semana, o sistema de faturação “será reforçado”, sendo “resolvida a leitura em casa do consumidor”, assim como o envio dos registos por telemóvel”, avança o também vereador na Câmara de Setúbal. Enquanto isso, os SMS têm vindo a resolver as roturas na via pública, inclusivamente através da “contratação de empresas para que seja dada resposta mais imediata”.
“A qualidade dos serviços prestados aos munícipes [aquando da Águas do Sado] era percetível pelo número de roturas, reclamações dos consumidores e também pelo nível das perdas de água na rede, como estava patente no relatório feito pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)”, explica.
Já em cima da mesa está a decisão sobre o investimento em infra-estruturas de trabalho relacionadas com tecnologias de informação, comunicação e sistemas informáticos. “A Águas do Sado não nos passou nada em termos de infra-estruturas, temos de ser nós a montar tudo de novo, programar de novo e pôr novamente o serviço a funcionar”, além de “meios operacionais como viaturas”, refere o presidente dos SMS.
E acrescenta: “Nestas duas décadas e meia, o preço da água foi sempre subindo para o consumidor, mas isto não se refletiu no investimento feito pela Águas do Sado, quer na manutenção das infra-estruturas e redes existentes, quer na implementação de novas estruturas ou na melhoria das condições de trabalho”.
Segundo a ‘empresa’ municipal, a operação global de transição representou um investimento “de cerca de 5 milhões de euros” para a autarquia, valor que está integrado num “orçamento anual da ordem dos 26 milhões de euros”, sendo que “metade desse valor investido está orientado para a melhoria das infra-estruturas, nomeadamente instalações e meios operacionais, que garantam as condições efetivas de trabalho dos SMS”.
Com a gestão pública da água, os SMS consideram que esta é também “uma oportunidade para enquadrar as atividades no que respeita às alterações climáticas, aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável e à sustentabilidade”.