O presidente da Câmara Municipal, André Martins, sublinhou em 22 de março, na sessão solene do 46.º aniversário da instituição, a importância do trabalho da LATI – Liga dos Amigos das Terceira Idade em prol de uma maior justiça social.
“A história desta instituição merece ser escrita e divulgada. Às vezes ficamos equivocados pelas diferenças, pelas justiças ou injustiças que ainda persistem na nossa sociedade. É por isso que estas instituições cresceram e se desenvolveram, mas as dificuldades são permanentes e persistem ao fim de 50 anos do 25 de Abril de 1974”, disse o presidente da Câmara.
O autarca sublinhou que as injustiças existem “de forma muito diversificada”, sendo necessário que estas instituições “estejam preparadas para enfrentar as dificuldades que existem na sociedade portuguesa”, apesar da “profunda transformação” que ocorreu com o 25 de Abril.
“Mas ao fim de 50 anos continuamos numa luta permanente por maior justiça social, para que tenhamos uma sociedade mais justa, mais humanizada, mais inclusiva, em que todos consigamos ser mais iguais”, afirmou.
André Martins destacou a Importância da LATI na comunidade pelo facto de servir 3000 utentes e ter cerca de 160 trabalhadores nos quadros e mais seis dezenas como prestadores de serviços, recordando que a instituição foi formalizada em 1979, “mas esteve no terreno logo nos primeiros anos a seguir ao 25 de Abril”.
E lembrou que, apesar de se chamar Liga dos Amigos da Terceira Idade, também apoiava crianças que andavam na escola e que precisavam de auxílio para continuarem a estudar, “porque nesse tempo ainda não eram todos os que iam à escola”.
Após desejar felicidades aos novos órgãos sociais, disse que estes “podem continuar a contar com a Câmara Municipal”, sublinhando que o Poder Local foi a conquista “que mais contribuiu para a transformação” do país, no “apoio à diversidade, à liberdade, à democracia e no apoio social”.
O presidente da Câmara recordou ainda o trabalho do anterior presidente da LATI, Sertório Herrera, que “ao longo de 50 anos dedicou a sua vida àqueles que mais necessitavam” e criou aquela instituição, que classificou como “das mais dinâmicas” em Portugal no domínio em que atua.
“Tenho ouvido referências a este propósito em vários momentos e por isso é sempre muito gratificante quando temos oportunidade de saudar este trabalho e as pessoas que o desenvolveram e chegaram a este ponto. Certamente que as nossas populações estão muito orgulhosas de ter na nossa comunidade pessoas como Sertório Herrera”, disse.
O novo presidente da direção da LATI, Sertório Herrera de Oliveira, afirmou que naquele dia passavam 46 anos sobre a criação formal da instituição, mas recordou que o início da sua existência “deu-se alguns anos antes, na sequência do revigorante movimento associativo gerado com o 25 de Abril de 1974”.
Tudo começou quando “um grupo de quatro mulheres do Bairro Humberto Delgado” começou a prestar apoio a pessoas carenciadas de forma gratuita, “solicitando bens de primeira necessidade a quem tinha para dar a quem deles mais necessitava”, além de prestar ajuda na sua higiene pessoal e da habitação.
O presidente da LATI notou que hoje a instituição continua a “trabalhar arduamente para servir e apoiar essencialmente os mais necessitados, prosseguindo fins de ação social, saúde, educação, desporto, lazer e cultura”, destacando-se o apoio a crianças, jovens, idosos e famílias “sempre com especial enfoque nos mais carenciados e nos socialmente excluídos”.
A LATI presta serviço em três estabelecimentos, a área de idosos e saúde e a área de crianças, jovens e desporto, ambos no Centro Comunitário du Bocage, e o antigo lar de idosos, “que está temporariamente” a servir de base aos serviços do Rendimento Social de Inserção (RSI) e de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), assim como da loja social.
O RSI e o SAAS vão ser em breve transferidos para as três lojas que foram cedidas pela Câmara Municipal, através de contrato de comodato, tendo o presidente da LATI agradecido a André Martins “por tão significativas cedências”, as quais vão permitir “melhorar a qualidade dos serviços prestados aos utentes, assim como dar outra dignidade ao local de trabalho dos profissionais afetos a esses serviços”.
Sertório Herrera de Oliveira recordou o anterior presidente da instituição, Sertório Herrera, salientando que este, “durante cinco décadas da sua vida”, dedicou-se à causa social, trabalhou “afincadamente para melhorar a vida dos mais necessitados”, e, “com a corrente de gente que o acompanhou, erigiu a LATI” como é conhecida.
Numa cerimónia que contou com a presença do vereador dos Direitos Sociais na Câmara Municipal, Pedro Pina, dos presidentes das juntas de freguesia de São Sebastião e de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, Luís Matos e Luís Custódio, bem como da diretora do Centro Distrital de Segurança Social, Luísa Malhó, a LATI entregou medalhas e diplomas aos trabalhadores com 15, 25 e 35 anos de serviço.
Fonte/Foto: CM Setúbal