O Tribunal de Setúbal condenou João Joaquim, trabalhador da construção civil, a 22 anos e seis meses de prisão pelo homicídio qualificado do patrão, Francisco Faísca, 72 anos.
Os factos remontam a fevereiro do ano passado, quando o suspeito se encontrava a realizar obras de pintura, juntamente com a vítima, o seu patrão, no interior de uma residência na Rua Mariano Coelho, em Setúbal, atividade esta que já decorria há alguns dias.
No decurso dos trabalhos, o agressor, à semelhança do que já tinha acontecido em outras ocasiões, solicitou ao patrão um pagamento adicional, alegadamente para o consumo de drogas, pedido este que não foi concretizado.
O agressor aproveitou então um momento de distração da vítima para desferir um golpe com um martelo no crânio da mesma, o que lhe provocou de imediato um ferimento grave com perda abundante de sangue e a queda.
O ruído alertou a proprietária do imóvel, que se encontrava numa outra divisão da residência. O agressor terá informado a mulher de que estava tudo bem e que não seria necessário chamar socorro.
Num primeiro momento, a testemunha abandonou o local, aproveitando o detido para desferir outra martelada no crânio da vítima, que lhe terá causado a morte.
A testemunha tentou impedir a situação, sem sucesso, e foi procurar por socorro, momento em que o agressor aproveitou para se apropriar de todo o dinheiro que a vítima tinha consigo, fugindo de seguida, mas acabando por ser detido pela Polícia Judiciária.
Além da pena de prisão efetiva, o Tribunal de Setúbal condenou ainda o arguido ao pagamento de 160 mil euros à família da vítima a título de indemnização pelos danos sofridos. Francisco Faísca, empresário de remodelações, deixou mulher, dois filhos e um neto. Era proprietário da empresa FF Construções há 40 anos e a carrinha da firma ainda se encontra junto ao prédio onde foi assassinado.